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POR – RTP* / NEO MONDO
China e países próximos estão adotando medidas para conter a nova pneumonia que atinge o país, oriunda da região central, no momento em que milhões de chineses começam a viajar, por ocasião das férias do Ano Novo Lunar, ameaçando estender a doença..
A ansiedade aumentou depois de o especialista do governo chinês Zhong Nanshan ter revelado que o novo tipo de coronavírus, que causa infeções respiratórias em seres humanos e animais, é transmissível entre seres humanos.
Até agora, as autoridades diziam que não havia evidências de que fosse transmissível.
Quatro pessoas morreram e mais de 200 foram infectadas desde que o vírus foi inicialmente detectado, no mês passado, em Wuhan, um cidade do centro da China, que é também um importante centro de transporte doméstico e internacional.
Esta semana foram diagnosticados novos casos em Pequim, Xangai e Shenzhen, que faz fronteira com Hong Kong. Todos os pacientes visitaram Wuhan recentemente.
Fora da China, quatro casos do novo coronavírus foram confirmados entre viajantes chineses – na Coreia do Sul, Japão e Tailândia, todos oriundos de Wuhan.
Os casos aumentaram o receio de epidemia, semelhante à pneumonia atípica, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que entre 2002 e 2003 matou 650 pessoas na China continental e em Hong Kong.
Em Macau, as autoridades anunciaram que vão verificar individualmente os passageiros provenientes de Wuhan, “por via aérea, marítima ou terrestre”.
O principal conselheiro para o Ministério da Saúde da Austrália, Brendan Murphy, anunciou que o país aumentou a triagem nos aeroportos. A Austrália recebe um número significativo de viajantes da China e conta com três voos diretos por semana de Wuhan para Sydney.
Os passageiros são recebidos por equipes médicas para avaliações, disse Murphy, citado pela imprensa australiana.
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Japão, Coreia do Sul, Hong Kong e outros locais com vários voos diretos para a China também adotam medidas mais rigorosas de triagem. Pelo menos três aeroportos nos Estados Unidos começaram a rastrear passageiros de companhias aéreas procedentes do centro da China.
“Precisamos aumentar o nível de alerta, pois o número de pacientes continua a aumentar na China”, disse o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe.
Os primeiros casos identificados estão ligados a um mercado de mariscos, situado nos subúrbios de Wuhan. A suspeita é de que os primeiros pacientes tenham contraído o vírus a partir de animais.
A transmissão entre seres humanos só foi confirmada nessa segunda-feira (20).
Zhong, especialista do governo chinês que ajudou a apresentar a verdadeira escala da pneumonia atípica, em 2002, disse à emissora estatal CCTV que duas pessoas na província de Guangdong foram infectadas a partir de familiares.
Quinze funcionários de hospitais também tiveram testes positivos para o vírus, anunciou a Comissão Municipal de Saúde de Wuhan. A comissão tinha dito, na semana passada, que nenhum dos funcionários que teve contato próximo com os pacientes tinha sido infectado.
O presidente chinês, Xi Jinping, instruiu os departamentos do governo, nessa segunda-feira, a divulgar informações sobre o vírus e aprofundar a cooperação internacional.
Durante a epidemia da pneumonia atípica, o governo chinês tentou inicialmente ocultar a gravidade, mas o problema foi mostrado por um médico.
Na rede social chinesa Weibo, o Twitter de lá, vários internautas criaram conselhos de prevenção, incluindo como usar máscaras e lavar as mãos. Algumas pessoas disseram ter cancelado os seus planos de viagem e que vão ficar em casa durante as férias do Ano Novo Lunar.
Segundo o Ministério dos Transportes, a China deve registrar um total de 3 bilhões de viagens internas durante os próximos 40 dias.
*RTP – Emissora pública de televisão de Portugal