Uma onça-pintada sacia a sede em uma pequena praia do Rio Cuiabá, Mato Grosso – Foto: Luciano Candisani
POR – BAOBÁ COMUNICAÇÃO / NEO MONDO
De projetos de ecoturismo a exposições fotográficas, publicação de livros e produção de filmes e documentários, iniciativa amplia conexões para mudanças efetivas nesta que é a maior planície alagada em extensão contínua do planeta
Iniciado em maio de 2019, o ‘Documenta Pantanal’ já possui, em 14 meses de atuação, uma extensa trajetória de ações e transformações. Se, no princípio, dedicava-se majoritariamente à documentação, hoje o projeto debruça-se sobre o desenvolvimento e a preservação da região pantaneira, criando conexões para mudanças reais em diversas áreas. Parte disso é demonstrado em números, com seus 52 participantes mantendo projetos ativos, com nomes como os dos fotógrafos Araquém Alcântara, João Farkas e Luciano Candisani, do cineasta Jorge Bodanzky, dos cinegrafistas Lawrence Wahba e Maurício Copetti, da ativista cultural Marcia Rolón e do pesquisador e do pesquisador e chef Paulo Machado, entre outros. Também integram o coletivo algumas instituições comprometidas com esse importante bioma da Humanidade, como Acaia Pantanal – que exerce papel essencial às ações estratégicas da iniciativa e tem por objetivo contribuir para o desenvolvimento humano e social por meio de atividades educativas integradas à preservação do ecossistema –, SOS Pantanal, Instituto Arara Azul e Instituto Homem Pantaneiro, além de empreendimentos como Refúgio Ecológico Caiman.
No decorrer de 14 meses o ‘Documenta Pantanal’ agregou nomes das artes visuais, da música, do turismo, da educação, dos negócios sustentáveis e da gastronomia, entre outras, ao passo que ações transversais ganharam força a ponto de almejar a reestruturação do ecoturismo na região, ação encampada por vários empresários e lideranças. Em outra ponta, lançamento de livros, filme e plataforma de educação à distância também se destacam nesta mobilização multinível. “Conseguimos conectar pessoas de grande alcance, que por vezes, já estavam lado a lado, mas não se conheciam. Suas ações conjuntas, certamente, refletem maior esperança para um futuro sustentável para a região”, afirma a diretora executiva da iniciativa, Mônica Guimarães.
Para se ter uma ideia da abrangência de suas atividades, é possível conferir, a seguir, alguns dos projetos ativos:
– Audiovisual
#Foi realizada em Bruxelas, em 23 de setembro de 2019, a pré-estreia internacional do documentário “Ruivaldo – O Homem que Salvou a Terra”, no Musée des Sciences Naturelles – Institut Royal e Fondo Leopoldo III. Com direção de Jorge Bodanzky e codireção de João Farkas, o filme ganhou primeira exibição em São Paulo no final de 2019. Neste ano, foi exibido na programação especial dedicada à Semana do Meio Ambiente, que antecipou a nona edição da Mostra Ecofalante, em junho.
#Será realizado, em agosto, o lançamento do curta-metragem “Finado Taquari”, de Frico Guimarães.
Trecho da Vazante do Castelo, na altura da Fazenda Barra Mansa, Mato grosso do Sul – Foto: Luciano Candisani
– Educação
#A plataforma ‘Aulas Pantaneiras’, hospedada no site http://documentapantanal.com.br, disponibiliza aulas on-line do professor-doutor em Ciências Biológicas Sandro Menezes Silva, que aborda fauna, flora e fenômenos naturais da região.
– Lançamentos de livros:
#Foi lançado, em setembro de 2019, em São Paulo, o livro “Produção de Natureza: Parques, Rewilding e Desenvolvimento”, do biólogo espanhol Ignacio Jiménez-Pérez, que ganhou versão em português de sua obra original em espanhol pela SPVS – Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental.
#João Farkas lançará ‘Pantanal’, pelas Edições Sesc São Paulo, em julho/2020
#Outro livro que está em produção/edição é “O Caminho das Águas”, do fotógrafo e documentarista Luciano Candisani, pela ‘Vento Leste Editora’ (lançamento previsto para 2021).
#“Cozinha Pantaneira: Comitiva de Sabores”, do pesquisador e chef sul-mato-grossense Paulo Machado, também está a caminho e deve chegar ao mercado em setembro.
#O livro ‘Luzes na Escuridão, Volume 2’, focado no registro de cavernas do Brasil por grandes nomes mundiais da especialidade, será lançado até o final de 2020 com apoio do Documenta Pantanal, que distribuirá 200 volumes da obra na região de Bodoquena e Bonito. Nesta edição, as cavernas fotografadas estão localizadas nos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O projeto, coordenado pela espeleologista Leda Zogbi, também disponibilizará vídeos das expedições.
Artes Visuais
#João Farkas levou a exposição “Brazil Land & Soul”, sobre o Pantanal, à capital belga.
#O projeto Artistas Pantaneiros, com curadoria de Márcia Rolón, retratará a obra de 40 artistas locais em vídeos de 1 minuto cada. O lançamento ocorrerá até o final do ano.
– Ecoturismo:
#Foi realizada, em fevereiro de 2020, uma expedição de integrantes da iniciativa ao Delta do Okavango (Botswana), em projeto que deve inspirar e gerar um novo modelo de ecoturismo no Mato Grosso do Sul. O empresário Roberto Klabin é um dos envolvidos na atividade.
Lago Vermelha, próximo a fronteira com a Bolívia, na estação da cheia, ao anoitecer – Foto: João Farkas