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POR – REDAÇÃO NEO MONDO
Com a impossibilidade de garantir recursos por meio de eventos de arrecadação, instituições contam com mobilização gerada por ação colaborativa
Há mais de um ano impossibilitando o retorno às atividades normais, a pandemia da covid-19 vem trazendo desafios para as entidades que atuam no suporte a pessoas de baixa renda ou em situação de vulnerabilidade social. Instituições têm sobrevivido, especialmente no último ano, a partir de doações. E a necessidade de iniciativas de solidariedade ficou mais evidente devido às medidas de restrição implementadas desde 2020, para evitar a transmissão do coronavírus.
Na cidade de Maringá, no interior do Paraná, a Casa de Nazaré viu 60% dos valores referentes ao custeio das despesas desaparecer com a impossibilidade da realização de eventos. A entidade atende cerca de 20 mulheres com dependência química, com acompanhamento de assistentes sociais, psicólogos e psiquiatras. Segundo a diretora de eventos, Marlene Nani, a instituição “estava totalmente sem dinheiro”. A situação só foi controlada com os recursos angariados por meio da iniciativa colaborativa “União Solidária”, realizada nas regiões Norte e Noroeste do Paraná e Centro Leste Paulista, pelo Lions Clube e Rotary Club, com a participação das cooperativas Sicredi União PR/SP e Cocamar. “Nos inscrevemos na campanha para levantar recursos e ajudar na folha de pagamento de 11 colaboradores”, afirma Marlene.
Baseada no propósito cooperativista de promover o fomento ao desenvolvimento regional, a campanha “União Solidária” provocou a mobilização entre as próprias entidades. Ao participar da iniciativa, cada uma fica responsável pela venda de cupons da promoção, permanecendo com o valor comercializado integralmente. As vendas são estimuladas pelos prêmios da promoção, carros e motos doados pelas cooperativas participantes. “Poderíamos doar o dinheiro, mas com nossas ações pensamos sempre em gerar engajamento nas entidades, além do envolvimento da comunidade. Nossa atuação é voltada a pensar em soluções que geram prosperidade para a sociedade a partir de atitudes colaborativas”, explica o gerente de Sustentabilidade da Sicredi União PR/SP, Diego Menão.
Ao todo, a iniciativa solidária rendeu mais de R$ 21 mil a Casa de Nazaré, e como a entidade foi responsável pela venda de um dos cupons premiados, ganhou, da organização, uma moto, prêmio da rifa que deverá arrecadar R$ 24 mil ao todo.
A cerca de 100 quilômetros de Maringá, no município de Londrina, o Instituto Pernas Preciosas promove qualidade de vida e inclusão a pessoas com deficiência por meio do esporte, da cultura e da educação. E já no primeiro ano da pandemia, precisou contar com a iniciativa colaborativa para se sustentar. “A ‘União Solidária’ salvou 2020, um ano difícil em que ninguém encontrava esperanças de dias melhores. Por meio da campanha, com a venda dos cupons, fizemos a manutenção de todas as contas do instituto e conseguimos adquirir um elevador que proporcionou o acesso às dependências da academia. Já estamos ansiosos para a campanha de 2021”, conta a fundadora do Instituto, Angelita Bonifácio.
A participação das entidades na iniciativa colaborativa é organizada e selecionada pelo Lions e Rotary Club de acordo com os projetos inscritos e aprovados no site da campanha. Os valores arrecadados pela venda dos cupons são utilizados integralmente em projetos de transformação social apresentados pelas instituições que fazem a prestação de contas ao término de cada edição. Somente em 2020, as 466 entidades participantes arrecadaram mais de R$ 4 milhões com a venda de mais de 407 mil cupons pelos voluntários.
A iniciativa ajudou a manter em funcionamento 528 projetos sociais que beneficiam cerca de 700 mil pessoas. “Como instituição financeira cooperativa, acreditamos que é importante desenvolver e apoiar ações de protagonismo na sociedade, ao mesmo tempo em que fomentamos esse sentimento também nas comunidades. A união desses reforços, com ajuda mútua e solidariedade, ajuda a garantir a sustentabilidade das entidades e o bem-estar da nossa sociedade como um todo”, finaliza Menão.