POR – REDAÇÃO NEO MONDO
“Somos Amigos da Terra” promove a educação socioambiental nas escolas.
A criança é um ser em formação e, ao contrário do adulto, tem facilidade para assumir novos hábitos, aprender e colocar em prática esses conhecimentos. Já o adulto mostra-se mais resistente a mudanças de comportamento, mesmo que exista o entendimento sobre o certo e errado, na forma de agir. Esta é uma das constatações da pesquisa apresentada pelo Ibope, em que 92% da população adulta concorda com a coleta seletiva, mas somente 30% a faz.
A criança, além de assimilar com rapidez ainda influencia os adultos que estão à sua volta. E uma vez absorvido por meio de informações e práticas, a chance de não seguir o aprendizado é muito pequena. Quem afirma isso é a mestre em educação e especialista em psicopedagogia, Luciana Stocco de Mergulhão, diretora do núcleo de educação do Instituto Neo Mondo e responsável pela coordenação e metodologia do Programa de Educação Socioambiental “somos amigos da terra”.
Somos Amigos da Terra
Escrever, ler, pintar, brincar, raciocinar e compartilhar gera um ambiente que não apenas alfabetiza, mas principalmente, forma cidadãos, instruindo-os aos seus direitos e deveres, ensinando-os como se posicionar diante de um problema, respeitando os próprios limites, da sociedade e do meio ambiente. Esta é a proposta do “Somos Amigos da Terra”.
Com base na lei 9.795/99, que determina a educação ambiental como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal, o programa piloto será implantado no ano de 2009, em uma cidade paulista.
Segundo o presidente do Instituto Neo Mondo e mentor do programa, Oscar Lopes Luiz, o “Somos Amigos da Terra” mobilizará nesta cidade 190 escolas da rede municipal, 4.500 professores, 90 mil alunos do ensino fundamental e 400 mil pessoas do entorno, entre funcionários da rede, famílias e comunidade.
“Nosso projeto atende as premissas do MEC – Ministério da Educação, em promover atividades na escola que produzam mudanças locais de atitude. Pois, os adultos aprenderam o discurso, mas a prática não amadureceu junto com eles. e a nossa missão é fazer com que esses alunos cresçam com essa consciência socioambiental” – destaca a coordenadora.
Ao buscar soluções para os problemas diagnosticados, o aluno irá compreender a sinergia entre os diversos segmentos da sociedade, entender as responsabilidades e para isso, o programa terá uma abrangência multidisciplinar, incentivando a produção de pesquisa, de leitura, escrita e outras formas de expressões. “Hoje em dia, as pessoas fazem leitura por imagem, ou seja, não têm paciência para ler. Deduzem o que está escrito pelas ilustrações. Por receberem tudo pronto, pula-se uma etapa muito importante do aprendizado, o raciocínio. Por isso, o método utilizado induzirá o aluno a encontrar os conflitos, solucioná-los, aplicá-los com base em suas próprias pesquisas” – diz Luciana.
O Programa Somos Amigos da Terra será aplicado junto aos educadores, para que esses, de uso de suas competências, possam repassar aos alunos um novo formato de vivência das questões ambientais. A parte lúdica contará com personagens da Neo Mondo Kids, criados pelo artista Ricardo Girotto, diretor de criação e ilustração do instituto e ilustrador de toda a coleção do Castelo Rá-Tim-Bum. Esses personagens, principalmente o Neotom (mascote da turma), farão visitas periódicas às escolas, criando vínculos e motivando as crianças a alcançarem seus objetivos.
A jornalista Liane Uechi, que também participa do núcleo de educação, no segmento de comunicação, disse que o projeto irá oportunizar aos alunos não apenas conceitos práticos, mas a vivência dos temas discutidos, seja na identificação dos problemas locais e específicos de sua realidade, seja na procura de soluções e alternativas que possam efetivamente trazer melhorias. “Não será uma mera transmissão de informações, mas um exercício diário de buscas e descobertas, resultando no aprendizado prático. Ao participar desse processo integral, que envolve inclusive a análise crítica de sua realidade, o aluno estará construindo valores que o acompanharão por toda a vida” – disse a jornalista.
Etapas da Implantação
Sua implantação nas escolas está dividida em quatro etapas bimestrais: Repensar, Reduzir, Reutilizar e Reciclar.
A primeira, Repensar é marcada por uma assembléia democrática com os gestores educacionais: diretores, professores e patrocinadores, onde serão apresentados os quatro ‘R’s da proposta e a metodologia para que, junto com o aluno, possam ser levantados os problemas de cada escola e de seu entorno. Por exemplo: desperdício da merenda, coleta não seletiva de lixo, vandalismo, uso de drogas e etc.
Na etapa Reduzir, os multiplicadores, de posse dos principais projetos sugeridos pelos alunos, irão junto com a equipe do “Somos Amigos da Terra” e especialistas do setor socioambiental, discutir possíveis caminhos e soluções, permitindo que cada caso seja solucionado individualmente pela parceria escola x comunidade.
Na terceira fase, Reutilizar, os alunos concretizarão ações: seja na questão da conscientização, onde poderão produzir texto, arte, música, teatro e também efetivar outras medidas que permitam a solução ou redução do problema identificado. Será hasteada em cada escola a bandeira “Escola Amiga da Terra”, mostrando o compromisso firmado com a questão socioambiental e, em todo o material impresso em papel reciclado, haverá o selo do programa. Como estímulo, também serão criados como: “jovem jornalista”, “arte ambiental” e “solução de impacto”.
A quarta fase, Reciclar, é marcada por um evento em que todas as escolas poderão apresentar os métodos e resultados da ação do “Somos Amigos da Terra”, relatando suas descobertas e formas de atuação, que resultaram na melhoria do seu ambiente. O Neotom e seus amigos, apresentados a cada etapa, fecharão este ciclo com a apresentação de uma peça, com a participação dos alunos, abordando o tema socioambiental. Os vencedores dos concursos receberão premiação.
O material das reuniões será entregue em forma de tablóide para três públicos: professores, alunos e pais ou responsáveis. Segundo Lopes Luiz, ao final de cada módulo, o conteúdo das reuniões da fase anterior, será divulgado em um espaço reservado na revista Neo Mondo e no portal do Instituto (www.neomondo.org.br) em um canal exclusivo do programa, que atingirá sua fase multimídia.