POR – AVIV COMUNICAÇÃO / NEO MONDO
Acaba de ser fechado o primeiro acordo para reduzir as emissões de gás carbônico dos caminhões
A iniciativa pioneira é do bloco europeu, que esta semana estabeleceu que os fabricantes de caminhões terão que cortar as emissões de carbono dos veículos que vendem na região em quase um terço até 2030.
O acordo prevê duas etapas de redução. Até 2025, os novos veículos pesados de transporte de mercadorias serão obrigados a emitir 15% menos CO2 em comparação com os níveis de 2019. Isto significará uma economia de combustível de mais de € 20.000 por caminhão nos primeiros cinco anos para transportadoras e empresas. [1] Até 2030, os novos caminhões deverão emitir 30% menos CO2 – gerando uma economia de combustível avaliada em quase € 60.000 por veículo em um período de cinco anos. Essa meta de 2030 está programada para ser revisada em 2022.
Para a Transport & Environment (T & E) – coalizão de 58 organizações de 26 países da Europa que atuam por um transporte mais sustentável – a iniciativa pode estimular a ação climática e a economia de combustível, mas precisará ser mais ambiciosa na revisão prevista para 2022 se o bloco quiser cumprir as metas climáticas do Acordo de Paris. “Os novos padrões de CO2 para caminhões são uma excelente notícia para os caminhoneiros e para o meio ambiente. Após 20 anos de muito pouco progresso na eficiência energética, os fabricantes de caminhões agora precisam começar a oferecer caminhões de baixo custo e baixas emissões, possibilitando uma enorme economia de combustível para a indústria de transporte da Europa”, disse Stef Cornelis, executivo da área de transportes limpos da T & E. “Mas isso deve ser apenas um começo: os padrões precisarão ser muito mais ambiciosos quando forem revisados em 2022”.
Apesar de representar menos de 5% dos veículos nas estradas, os caminhões respondem por 22% das emissões dos veículos na Europa. Grandes empresas, incluindo a IKEA, Unilever, Carrefour e Nestlé, bem como empresas de logística e transportadoras, pediram as metas de CO2 e benchmark de vendas para ajudá-las a lidar com suas responsabilidades climáticas e economizar combustível.
O Parlamento Europeu também aprovou uma meta de vendas não vinculativa, ou benchmark, pela qual os fabricantes cujas novas vendas de caminhões contarem com mais de 2% de veículos elétricos e a hidrogênio serão recompensados com uma meta de CO2 menos rigorosa. O acordo também inclui um limite de peso adicional de 2 toneladas para caminhões de emissão zero. Para a T & E, essas metas ajudarão a dar o pontapé inicial na substituição do diesel. Caminhões a diesel respondem por quase 20% da poluição do ar em cidades como Berlim e Londres. [2]
Stef Cornelis concluiu: “Com a primeira meta no mundo de zerar emissões dos caminhões, os reguladores da UE estão enviando um forte sinal para o mercado. Até agora, os grandes fabricantes de caminhões da Europa fizeram muito pouco para criar um mercado para caminhões elétricos e movidos a hidrogênio. Eles agora têm uma oportunidade única de assumir a liderança na corrida para produzir caminhões de emissão zero acessíveis e confiáveis. Mas é melhor eles se apressarem ou eles vão continuar atrás dos chineses e californianos, como as montadoras de carro europeias”.